terça-feira, 21 de junho de 2011
casa
domingo, 19 de junho de 2011
19, dezanove, IXX
Quando perdemos uma capacidade, ou ficamos com ela diminuída, diz-se por aí, que os outros atributos aumentam – como diz o velho ditado: o que não mata engorda. No entanto a nossa incapacidade para a não estereoscopia coronária quase sempre nos emagrece a vontade.
Seremos capazes de sem vontade aumentar as outras capacidades?
Quem já passou por isso sabe que de algum lado inesperado e recôndito, surge um outro nós, de pala no olho direito do coração, capaz de inimagináveis projecções tridimensionais de vida.
Estas projecções inicialmente, para nós, servem para os outros verem que está tudo bem – construímos daqui a capacidade de estereoscopia a sós.
Restam-nos duas saídas assim:
ou nos mantemos com esta solidão capazes de avançar com apoio em projecções mais importantes que secundárias – a pluviosidade local, os ombros alheios, as epopeias construtivas da alienação;
ou por outro lado encontramos outra pessoa que seja a metade necessária para a estereoscopia completa.
Ambas tarefas hercúleas porque de qualquer das formas mudamo-nos por dentro e a esquerda, que nunca pensamos de outra forma, passa a direita, o fim a início, a montanha a planície.
Torna-se tudo tão agradavelmente mais difícil do que qualquer quimera solitária. Pomos os óculos e partilhamos a chuva em profundidade… nunca a mesma chuva, nunca os mesmos óculos, nunca os mesmos nós.