segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Obrigado Gordon

Gordon, já anteriormente laureado com agradecimentos, fez sempre por parecer ser bom. Poucos, como eu, reconhecem a sua incapacidade para tal, destacando-o sempre que possível.
Gordon, esse gordo nódulo de pus virulento residente no ânus estragado de uma hiena leprosa, quase ajudou uma família, quase concluiu os estudos, quase alimentou um pobre mendigo na rua, quase salvou a humanidade da desgraça e perdição. Mas não.
O que Gordon conseguiu foi ter o seu nome em vários jornais, vários filhos varões, várias aberturas de telejornal, vários programas prime time e não em várias, mas em todas as listas de agradecimento. Todas. Sempre: “Obrigado Gordon!”
Gordon esse inútil pedaço de esterco vomitado pelas entranhas apodrecidas de um abutre, por todos bajulado, apenas conseguiu ser famoso à custa da sua mediocridade.
Gordon até a falecer foi medíocre, tendo falhado redondamente várias vezes até à fatalidade final mais falada do mundo ter mesmo acontecido. E, mais uma vez, todos fizeram questão de lhe agradecer pelo que quase fez. Eu não. Mas aproveito agora para o fazer pela primeira vez. Obrigado Gordon… por teres morrido!

sábado, 20 de agosto de 2011

vinte, 20

Existe um bicho farfalhudo dentro da cidade, bem no coração desta, a espalhar raízes por toda a parte em quase todas as pessoas!
Será alarmante?
É um bicho que consome queixumes todo o dia: ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche, ao jantar. Todos os pratos: aperitivo, entradas, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Importante é notar que tal como o bacalhau, o queixume tem várias formas de ser apresentar e de ser comido. A que o bicho prefere é o queixume da hipocrisia.
A hipocrisia é uma menina que parece bem em qualquer lugar – pregadeira favorita da Braga Branca – usada bem no lado esquerdo, junto ao coração.
O bicho gosta de quando as pessoas querem tanto que quando têm se deixam dominar pela menina hipocrisia e se queixam igualmente porque o que queriam não era afinal bem assim. Engorda à custa da beleza eterna do descontentamento bacoco. Enche o papo com quilos e quilos de lamúrias baseadas em palcos de vida em falsos riscos de ruir. Bota corpo com pataniscas de biliosidades para com obstáculos criados em vias nunca tidas como alternativa do fluir. Quase regurgita com blasfémias descendentes da força que tem o não conhecendo afirmar não querer saber. Fortalece-se sempre! Cresce o bicho e estende os tentáculos pelo vazio craniano da desinformação.
Ele está aí. Pode ter vários nomes. O bicho chuva não é. O bicho braga ainda não. É o bicho ignorância – bicho estupidez.