Passaram cinco anos desde que "acordei com uma dor de cabeça associada a uma dor de barriga monumental e a uma dor de ausência completa e peluda como as mãos do meu peluche urso vermelho de infância cor de chão". As coisas foram mudando entretanto.
Hoje acordei bem disposto, mas pela última vez nesta casa. Vou ali e já venho. Quando voltar, dentro de uma semana, já não será para aqui. A nossa memória visual embrenha-nos os locais no DNA e o seu abandono deixa sempre alguma melancolia.
Havia uma casa em cima do rio (não é esta da qual me despeço hoje), com a qual sonho recorrentemente, cheia de infâncias e sabores e uma braga pequenina. Veio uma vaga mais forte e arrancou-a das suas fundações. Como um barco a casa do rio passou a ser a casa barco e foi desaguar na imensidão do mar. Levou consigo as infâncias os sabores e a braga pequenina. Ficamos nós todos para a relatar. Fica sempre algo de nós para relatar alguma coisa...
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