quarta-feira, 23 de julho de 2008

um e três quartos

Ora acordado e agoniado sem nada para fazer, como o costume, ou sem nada que me motive para fazer, levanto-me e depois de comprimidos e sumos e descanso sem dormir recupero. Nunca recupero. Ninguém recupera, mas alguns restabelecem-se. Eu não sou bem assim, prefiro manter o anonimato da minha dor de ausência, e assim ninguém me sente a falta. E eu digo obrigado.
Acordado e inevitavelmente estragado e estagnado saio de casa sem objectivo específico. Café na Brasileira, torradas no Vinil, livros na BLCS, bolos nas Frigideiras da Sé, um maço de tabaco aqui e ali. Chego ao fim do dia igualmente repleto de vazio. E sou mau, má pessoa, execrável como uma cobra de borracha cor-de-rosa enrolada no pescoço de um menino, porque as pessoas em Braga não são todas bracarenses! E se tivesse ficado em casa fartava-me de mim. E dos outros, como não estou sempre com eles, todo o dia, todos os dias, ininterrupta e fatalmente, como estou comigo, não me farto.

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