segunda-feira, 18 de março de 2013

OHQLCURNC 11.


O homem ia a caminhar calmamente na rua e levou com um raio na cabeça. De forma imediata transformou-se numa poça de muco. Uma poça de muco que não era uma qualquer. Uma poça de muco translúcida, tanto por ser transparente como por ser para lá de lúcida: omnisciente. Mesmo muito omnisciente. Tanto que sabe perfeitamente que neste momento estás a ler esta frase. E o que fizeste antes e o que vais fazer mais logo.
Ou então não era propriamente omnisciente porque lhe faltava saber uma coisa. De qualquer forma sabia que no parágrafo anterior eu iria aplicar o adjectivo erroneamente. E o que não sabia era como comunicar tudo o que sabia aos transeuntes. 
A única forma de transmitir algo era fazendo bolhinhas – bloop bloop. E assim o fez quarenta e duas vezes. 
As pessoas só acharam aquela visão bastante nojenta e no dia seguinte veio uma máquina da câmara municipal limpar a poça de muco que estava no meio da rua.

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