domingo, 14 de abril de 2013

OHQLCURNC 15


O homem ia a caminhar calmamente na rua e levou com um raio na cabeça. Caiu como um peso morto no chão. Levantou-se com uma sensação estranha de que era eu. Não sei se estão a ver qual é? Eu pelo menos acordo todos os dias assim… e a maior parte deles vou dormir sem me livrar dela.
Foi isso que passou a acontecer todos os dias ao homem que levou com o raio na cabeça. No início fazia-lhe confusão não se sentir como ele próprio, mas como eu. Apesar de todas as idiossincrasias que ser eu acarreta, o homem conseguiu adaptar-se. Ainda teve fases em que se meteu no álcool e nas drogas pesadas; fugiu em viagens termináveis mas longas; passou pelas religiões todas de joelhos em pé ou de pernas cruzadas. Tudo para ver se esquecia a sensação mas o resultado era muito momentâneo e por vezes com sequelas desagradáveis.
A dada altura resignou-se e deixou de lutar contra mim próprio, ou a sensação de mim próprio melhor dizendo... E a partir daí as coisas começaram a correr bem.
Um dia destes faço como ele!

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