domingo, 28 de abril de 2013

OHQLCURNC 17


O homem acabava de parar um momento na rua e levou com um raio na cabeça. Caiu como um peso morto no chão. Levantou-se cansado, como se tivesse corrido duas maratonas. Não que se lembrasse de alguma vez ter corrido duas maratonas, mas pareceu-lhe que se sentiria assim. Como tal, meio chamuscado, foi-se sentar na beira do passeio para tentar descansar. Tirou uma garrafa de água que tinha no bolso do casaco para dar um gole, no entanto a garrafa estava completamente derretida e a água evaporada. Perdeu-se uns minutos a pensar onde estaria a água e caiu para ao lado.
Acordou alguns dias depois numa cama. Olhou em volta e pensou que era a de um hospital. Mas não era. Estava num palácio enorme sem divisões ou andares – de apenas uma divisão portanto. Um palácio estúdio. A cama bem no meio. De lá conseguia ver a forma interior do palácio, as janelas enormes, os torreões, os pináculos, todos os pormenores que se costumam ver da parte de fora mas em negativo. Levantou-se a perguntar-se como é que tinha ido ali parar.
Como se sentia melhor dirigiu-se à porta e ao abri-la caíram-lhe em cima cinquenta mililitros certos de água. Depois de passado o susto, até se sentiu bem. À porta do palácio não viu nada que reconhecesse. Apenas uma estrada que parecia não ter fim.
Decidiu seguir por essa estrada e mal deu a segunda passada a estrada começou a ruir atrás dele. Assustado começou a correr para não cair junto com a estrada. Correu oitenta quilómetros até parar o desabamento da estrada. Parou um momento mas antes de conseguir pensar em mais alguma coisa, levou com um raio na cabeça…

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