O homem ia a caminhar afincadamente na rua e levou com um raio na cabeça.
Caiu como um peso morto no chão. Ficou lá um buraco. Pelos vistos alguém não
gostava das ideias dele e esse alguém, como não gostava de sujar as mãos,
mandou outro alguém acertar-lhe com um raio fulminante. Com o tempo parece que
as pessoas, algumas muitas pessoas apenas, se esqueceram desse atentado e do quão
pouco respeito pelas ideias diferentes da sua tinha esse mandatário, e assim ergueram-lhe
uma estátua. Se calhar ninguém se esqueceu mesmo, mas fecharam os olhos às
malandrices dos atentados para o elogiar por outras coisas várias. Desviaram o
olhar como se de negligentes profissionais se tratassem. Na verdade o homem lá
se levantou a custo do buraco de onde levou com o raio e continuou a caminhar.
Se fosse do mesmo tipo de pessoa ainda encomendava um raio para cair em cima da
estátua do outro.
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