segunda-feira, 19 de agosto de 2013

OHQLCURNC 33.

O homem ia a caminhar rapidamente na rua e levou com um raio na cabeça. Caiu como um peso morto no chão. À volta começara a surgir sorrisos e esgares de esperança. Quem levou com o raio não era um homem qualquer mas o homem mais vil da aldeia. Dizia-se por aí que batia na própria mãe e que a enviou para um lar no estrangeiro só para ela não poder ser compreendida; diziam que quando via gatinhos bebés os apanhava logo para se divertir a atirá-los aos porcos que os comiam; diziam que já tinha atropelado doze pessoas só por estarem alguns centímetros fora da passadeira; diziam que era sempre mal educado, tratando toda a gente como seu subordinado; diziam muitas coisas.
Foi com regozijo que a população abraçou aquele raio naquela cabeça daquele homem. Mas, o drama, o horror, o homem levantou-se. Estava tudo bem. Toda a gente virou a cara e cerrou o punho pela injustiça. O homem começou a rir às gargalhadas enquanto saltava em cima de um formigueiro.

Pois é. O povo nem sempre fica quieto, logo em uníssono deram-lhe com um pau na cabeça. Desta vez de forma fatal. O povo ficou calado a seguir. Culparam o raio e seguiram o seu caminho.

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